MEDICINA FETAL E O ACOMPANHAMENTO DETALHADO DA GESTAÇÃO

Ouvir o coraçãozinho, conhecer a fisionomia e acompanhar todos os detalhes do desenvolvimento do bebê ainda na barriga. Essas são só algumas das possibilidades da Medicina Fetal nos dias de hoje, que traz mais segurança e tranquilidade aos pais. Porém, nem sempre foi assim. Há 30 anos, a cavidade uterina era considerada uma espécie de “caixa preta”, que guardava segredos até o nascimento do bebê.

O médico tinha de contentar-se com os próprios sentidos. Fazia o toque vaginal, palpava o útero com as duas mãos, tentava ouvir o batimento cardíaco do feto encostando um aparelho rudimentar na barriga da mãe. Isso começou a mudar com a chegada da ultrassonografia que permitiu visualizar o interior do útero e acompanhar o desenvolvimento do feto.

Nos últimos anos, os aparelhos de ultrassom evoluíram substancialmente, sendo possível obter imagens muito nítidas da criança e do interior da cavidade uterina. Essas imagens não só satisfazem a curiosidade dos pais, mas permitem acesso ao local para coleta de material para exames e avaliação mais precisa do desenvolvimento da gravidez e do feto.

A Medicina Fetal tem como foco diagnosticar e tratar possíveis complicações da gravidez, sejam relacionadas à mãe ou ao bebê. Cerca de 80% das malformações congênitas são diagnosticadas por meio dos recursos da Medicina Fetal. A descoberta precoce de algumas doenças durante a gravidez aumenta substancialmente as chances de sobrevivência do bebê, além de ajudar no planejamento das intervenções logo após o parto, ou mesmo durante a gestação, o que reduz os riscos para a mãe e para a criança.

Dentro da Medicina Fetal destaca-se o aconselhamento genético; o rastreamento de doenças cromossômicas por meio de dados ultrassonográficos e bioquímicos; o diagnóstico de complicações da gestação e de malformações fetais com o uso de exames de imagem, notadamente a ultrassonografia; e as punções de vilo corial (placenta), líquido amniótico, cordão umbilical e coleta de sangue materno para pesquisa de cariótipo fetal para obtenção de amostras destinadas a exames laboratoriais.

Esses procedimentos fornecem o cariótipo fetal, que é o estudo dos cromossomos, da parte genética do feto, e permite identificar, por exemplo, se o bebê tem alguma síndrome, como a Down, que é a mais comum. 


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