SAÚDE MENTAL DA MULHER: CICLOS HORMONAIS X DEPRESSÃO PÓS-PARTO

Ao longo da vida, as mulheres passam transformações não só físicas, mas hormonais. A primeira mudança significativa ocorre com a chegada da menarca, ou seja, da primeira menstruação, passando pela gestação até a menopausa. As mulheres têm duas vezes mais chance de sofrerem de depressão, ao longo da vida, em comparação aos homens.

Além da depressão, a ansiedade também é considerada um transtorno comum, assim como os transtornos alimentares e de humor. As mulheres também sofrem mais com algumas doenças físicas e ligadas a dor, como a fibromialgia.

Os hormônios sexuais femininos, especialmente o estrogênio, agem no humor o que, em parte, explica essa vulnerabilidade maior ligada às fases do ciclo reprodutivo. As mulheres também são mais expostas a fatores estressantes ao longo da vida como violência e abuso. Elas muitas vezes exercem várias jornadas de trabalho, assumindo múltiplos papéis e ainda enfrentando, desde muito cedo, exigências impostas pela sociedade, como rígidos padrões de beleza.

Os casos de depressão pós-parto, que podem atingir até 20% das mulheres. Entre os principais sintomas, a médica psiquiatra cita tristeza, desânimo, pensamentos negativos de culpa e morte, perda de prazer e interesse nas atividades habituais, alterações de sono e apetite.

Maternidade - Apesar da gestação e chegada da maternidade serem socialmente considerados momentos de bem-estar emocional na vida da mulher, este período não a protege de doenças psiquiátricas. Dentre os fatores de risco estão, além das questões hormonais já citadas, a gestação não planejada, conflitos conjugais, situações de violência doméstica, antecedentes de episódios depressivos, uso de álcool e drogas na gestação.

A psiquiatra comenta sobre uma forma mais leve de transtorno emocional, semelhante a um quadro depressivo que ocorre logo nas primeiras semanas após o parto, conhecido como Baby Blues, podendo acometer até 85% das mulheres. É comum que a mulher fique emotiva, sensível, com crises de choro, ansiosa e com irritabilidade acentuada.  Este é um quadro passageiro que, diferente da depressão, melhora em até duas semanas sem a necessidade de tratamento medicamentoso.

As doenças psiquiátricas na mulher são mais comuns do que se possa imaginar e não atingem apenas a ela, mas também trazem repercussões ao desenvolvimento do feto, no trabalho de parto, na saúde dos outros filhos, no casamento e nas relações no trabalho. Por isso, é essencial oferecer ajuda. Todos devem criar uma rede de apoio, auxiliar nos cuidados com o bebê, demonstrando compreensão, sem julgamentos e incentivando a busca por atendimento médico e psicológico. A mulher pode e deve cuidar de sua saúde física e mental, para isso é imprescindível um profissional especializado.

Principais Sintomas da depressão pós-parto:

- Tristeza
- Desânimo
- Pensamentos negativos de culpa e morte
- Perda de prazer e interesse nas atividades habituais
- Alterações de sono e apetite

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